ROTEIRO DE PESQUISA EM FILOSOFIA MEDIEVAL
HISTÓRIA
DA FILOSOFIA MEDIEVAL II – 1/2013
ORIENTAÇÕES GERAIS:
I. Este estudo dirigido
vale 05,0 (CINCO) pontos.
II. Leia, primeiramente,
o texto escolhido para essa atividade (Alessandro Ghisalberti – As raízes
medievais do pensamento moderno).
III. Em seguida leia as
questões do estudo dirigido.
IV. Busque, em primeiro
ligar, entender o que está sendo perguntado.
V. Responda ao estudo de
forma sintética e sabendo o que está sendo escrito e dito. O objetivo dessa
atividade pedagógica é exercitar a reflexão. Nesse ínterim, estabeleça conexões
de cunho lógico dentro do texto de suas respostas.
VI. Reveja tudo o que
escreveu e veja se tem sentido.
VII. As questões
respondidas que não tiverem nada a ver com o que foi perguntado (receita de
bolo, poemas, frases sem nexo, piadas, historinhas, problemas de concatenação
de idéias, etc.) farão com que você perca todos os pontos referentes à questão
respondida do estudo dirigido.
VIII.
O
presente estudo dirigido refere-se somente ao texto escolhido e disponibilizado
na pasta de filosofia medieval II. A matéria da prova, portanto, será relativa
somente a esse texto.
IX. O estudo dirigido
pode ser feito em grupos de até 06 pessoas. O prazo de entrega final do estudo
dirigido II é dia 30 de julho de 2013.
QUESTÕES:
1.
Com
base na parte 01 do texto, explicite o significado pejorativo que o termo Idade
Média (Idade das Trevas) foi impregnado, estabelecendo se existe uma conexão
exata desse termo com o período estudado. Nesse sentido, estabeleça uma conexão
da Idade Média com o período da Filosofia Moderna e com os dias atuais.
Questão 01:
R.: O termo foi usado de forma a salientar que na Idade Média
a razão permaneceu inoperante e não teria sido usada. Contudo, a visão
pejorativa em relação á Idade Média não condiz com o que realmente ocorreu no
período histórico. O período que compreende os séculos da Idade Média pode ser
dividido em pelo menos três momentos: a alta Idade Média, a Idade Média Central
e a Baixa Idade Média. A Idade Média desenvolveu vários pontos importantes que,
em seu aspecto geral, são vistos como precursores das categorias desenvolvidas
durante a Modernidade. Aspectos como a afirmação da transcendência, a
imortalidade da alma, a exaltação da natureza humana, as demonstrações acerca da
existência de Deus, a consolidação da metafísica com pontos cristãos, o
crescimento pelo interesse nos elementos calculatórios, etc.
2.
Com
base na parte 02 do texto, estabeleça de que forma Duns Scotus pretende
reformular a metafísica aristotélica e qual o alcance dessas proposições para a
filosofia do século XIV.
Questão 02:
R.: Partindo de uma visão crítica acerca do modelo
aristotélico, Scotus pretende desenvolver uma metafísica teológica cristã que possa
desenvolver procedimentos demonstrativos acerca da existência de Deus, do ente
finito e infinito, da equivocidade e univocidade do ente. A aplicabilidade dos
conceitos de univocidade e equivocidade de Scotus, em sua aplicabilidade tanto
a Deus quanto às criaturas, pressupõe uma reviravolta na forma de desenvolver
ciência que irá instaurar uma nova forma calculatória, esta prefigurará
aspectos dos modelos científicos da modernidade.
3.
Com
base na parte 03 do texto, estabeleça de que forma podemos pensar em Guilherme
de Ockham como o precursor de um movimento (via
moderna) que irá dar primazia ao papel do indivíduo no processo cognitivo
humano.
Questão 03:
R.: O século XIV está debaixo de uma grande crítica aos
modelos neoplatânicos e aristotélicos. Nesse sentido Ockham desenvolve uma
crítica que estabelece que o método científico deve ser organizado de um ponto
de vista indutivo, e não dedutivo como queria Aristóteles. Se a indução passa a
ser o método da ciência, a experiência passa a ser o principal elemento para
que se instaure o método científico. Como a experiência passa a ser o ponto de
partida da ciência, o indivíduo passa a ser o material a ser estudado e
confrontado pela experiência. Portanto, tendo em vista o modelo científico da
indução, a ciência somente pode ser desenvolvida mediante a experiência com o
mundo sensível e, nesse sentido, necessita do contado do indivíduo, do ser
fenomênico que se apresenta à nossa consciência. Para ele, portanto, o
conhecimento somente pode acontecer tendo em vista a experiência com seres
individuais, e esse contato será o material que o intelecto irá organizar para
a emissão de proposições lógicas, por isso sua opção para o modelo do
nominalismo.
4.
Com
base na parte 04 do texto, explicite de que forma podemos ver a figura de João
Buridano como a de um renovador das ciências e seus métodos, no século XIV, de
tal forma que esse movimento se estabelecesse como a base fundante daquilo que
os historiadores da filosofia chamam de revolução científica moderna.
Questão 04:
R.: No modelo lógico defendido por Buridano, onde o
nominalismo predominava, existe uma necessidade de aplicabilidade de seus
critérios no âmbito do discurso científico, metafísico, físico, teológico,
poético. Seu método pressupõe a aplicação de um novo método científico diverso
da física de Aristóteles, a possibilidade de inversão dos modelos medievais de
entendimento do mundo e de sua composição. Esses aspectos serão a base de uma
nova metodologia da ciência que será implementada dentro do sistema filosófico
da modernidade, aspecto que se aproximam muito do nascimento da ciência
empírica, ao modelo do geocentrismo e à ampliação dos instrumentos lingüísticos
que podem averiguar as condições de verdade.
5.
Com
base na parte 05 do texto, explicite a importância e o formato do aristotelismo
na segunda metade do século XV.
Questão 05:
R.: A entrada de Aristóteles trouxe grandes mudanças dentro
do sistema medieval. As mudanças ocorrem no âmbito da lógica, da ciência, da
física, da metafísica, da política, etc. Um dos maiores impactos foi o contato
com o mundo árabe e com a derrocada do sistema platônico como única via
filosófica de intersecção entre a fé e a razão. Destarte, o aristotelismo será
responsável pelos movimentos de secularização ou laicização que terão início a
partir do século XIII e perdurarão até o Renascimento.
6.
Com
base na parte 06 do texto, estabeleça o significado da ética ao final da Idade
Média e quais seriam os problemas que esse modelo incutiu à ética do
Renascimento.
Questão 06:
R.: Com a entrada da tradução da Ética a Nicômaco de Aristóteles, diretamente do grego para o latim,
muda-se o enfoque agostiniano que a tradição cristã dava ao problema ético, à
busca do bem e à possibilidade de se alcançar a felicidade. O modelo
proporcionará uma junção da ética das virtudes de cunho teleológico
aristotélico às noções das virtudes cardeais, proporcionando uma ampliação do
campo ético e das regras axiomáticas utilizadas no mundo cristão. Essas novas
visões ampliam o conceito de liberdade e de felicidade e desembocarão em novas
concepções éticas, estéticas, filosóficas e científicas conhecidas debaixo do
influxo do Renascimento, as quais ampliarão a visão e a formação antropológica.