sábado, 6 de novembro de 2010

UTOPIA (Tomas Morus)




[...] A utopia faz parte da estrutura histórica do homem: é esta a
mensagem da obra O Princípio Esperança do filósofo marxista alemão
Ernst Bloch (1885-1977), cujos 3 volumes acabam de ser traduzidos para
o português1. Bloch busca demonstrar que o espírito utópico, embora
pareça estar divorciado da realidade presente, vislumbra que o “aqui e
agora” é preocupante; isto é, a utopia deixa margem a uma real crítica do
presente (PE I, 16-20). Ernst Bloch é um pensador da utopia2, como diz
Laënnec Hurbon em seu ensaio sobre Bloch3, sendo considerado como
um dos críticos mais corrosivo da cultura ocidental-cristã.
Nesse sentido, por ser um pensamento essencialmente crítico, a
obra de Bloch permite estabelecer um real diálogo com a Filosofia latino-
americana sob a ótica ligada à problemática do homem situado; isto é, às
questões político-econômico-tecnológicas. Assim, parece ser possível ler
a obra de Bloch a partir de uma ética material de vida, tal como é
desenvolvida por Enrique Dussel em sua Ética e libertação, “ética crítica
a partir das vítimas (pois) são as vítimas, quando irrompem na história,
que criam o novo”4. Eis aqui o campo fecundo da utopia.

[...] *PRINCÍPIO ESPERANÇA E A “HERANCA INTACTA DO
MARXISMO” EM ERNST BLOCH -Antonio Rufino Vieira
Professor associado no Departamento de Filosofia
da Universidade Federal da Paraiba /Participante
dos GP/CNPq Filosofia da Praxis e Etica e Cidadania

.............................................................................................


1)A CONCEPÇÃO DA ILHA DE 'UTOPIA' ESTÁ ENRAIZADA EM 2 IDÉIAS PRINCIPAIS:
--->1. a NÃO existência de PROPRIEDADE PRIVADA;
--->2. o alcance dos INTERESSES INDIVIDUAIS.

* A PROPRIEDADE PRIVADA ENTENDE-SE PELA DESIGUALDADE MATERIAL E SE REFERE
MUITO MAIS A PROPRIEDADE PRIVADA COMO A VEMOS HOJE,DO QUE À CONCENTRAÇÃO
DE RIQUEZAS POR DIREITO DE POSSE,COMO NO CASO DA NOBREZA EUROPÉIA TRADICIONAL.
NO TEXTO VIVO HÁ UMA CRÍTICA FERRENHA AO PRÉ-CAPITALISMO INGLÊS.